Hístoria da Aquariofilia

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Aristóteles, foi um dos primeiros homens a estudar cientificamente os peixes, ao descrever e catalogar inúmeras espécies de peixes existentes no Mar Egeu. Mas as antigas civilizações como por exemplo os antigos Egípcios, Gregos e Romanos mantinham peixes em tanques, que serviam tanto para alimentação como para elementos decorativos. Existem gravuras pintadas de antigos Egípcios Anciãos, que davam conta que os peixes eram por eles adorados como um símbolo sagrado.



O primeiro livro sobre peixes foi publicado no século XVI por Chang Chi’ En-Tê oriundo da China, dando como título de "livro dos peixes vermelhos", onde eram descritas algumas das "regras" para cuidar e alimentar os peixes. Este senhor pode ser considerado o pioneiro da aquariofilia, ao escrever sobre a limpeza do aquário, ou como o aquecia no inverno para que os peixes resistissem às baixas temperaturas.


Linneu, um cientista do século XVIII, foi outro grande impulsionador da aquariofilia, ao criar um sistema próprio de classificação de espécies, que ainda hoje é utilizado, classificando pelo género e a espécie. Foi no início do século XIX que surgiram os aquários que hoje conhecemos. Existem registos de peixes criados, durante alguns anos, em frascos de vidro. O qual hoje em dia é considerado um desrespeito pela natureza. Mas ponto decisivo deu-se em 1850, quando R. Harrington apresentou um relatório à Chemical Society de Londres, Inglaterra, descrevendo a forma como conseguia manter com êxito um aquário. O caso despertou grande interesse da população com esta iniciativa.

Em 1852, no London Zoological Society, iniciou a construção do primeiro aquário público, o qual foi inaugurado no ano seguinte. Seguiu-se um segundo aquário no Zoological Gardens de Surrey, também na Inglaterra, logo depois os aquários surgiram por toda a Europa. Os aquários públicos de água doce, exibiam exemplares nunca vistos, estes eram apreciados por filas intermináveis de visitantes curiosos. Os primeiros aquariófilos tinham apenas peixes indígenas. Nas cidades costeiras, tentava-se a criação de espécies marinhas. Entretanto no interior todas as espécies de água doce era mantidas em cativeiro.


Os livros sobre peixes escritos na época tratavam sobretudo de peixes marinhos de águas frias. Muitas das plantas aquáticas locais descritas nesses volumes são hoje raras. Isto é uma prova lamentável dos efeitos a longo prazo da poluição dos cursos de água. Ter um aquário em casa depressa se tornou moda em Inglaterra. Visto que não havia tanques já prontos à venda, publicavam-se livros com instruções detalhadas sobre como construir um aquário. Essas estruturas eram, em geral, mais decorativas do que funcionais. Num dos modelos clássicos, a parede da frente era de vidro e as outras de madeira (um revestimento de alcatrão tornava-a estanque) ou ardósia. Havia à venda diversos recipientes e campânulas de vidro, mas os aquários era em geral alongados e feitos à mão, encaixados num nicho para poderem ser vistos facilmente.


Em pouco tempo, a aquariofilia transformou-se num desafio, não só à imaginação do público como também à dos entusiastas interessados em manter aquários cada vez mais cobiçosos.
Em 1857, H. Noel Humphreys publicou “Jardins em Oceanos e Rios” – História dos Aquários de Água Doce e Salgada, onde afirmava: “Um dia teremos aquários tropicais, onde a temperatura e características dos mares dos trópicos serão reproduzidas com êxito”.


Humphreys não só previu a invenção do termóstato, onde o mesmo permite expandir gradualmente a gama de criaturas possíveis de manter num aquário, foi, também, um dos primeiros a reconhecer a importância da química na criação de peixes. Para alem destes pontos importantes reconheceu um princípio que ainda hoje é, muitas vezes, ignorado pelos aquariófilos – o factor crítico do nível de ocupação. Comentando o aquário de um amigo, declarou: “Embora o seu interessante tanque não parecesse demasiado povoado, ele veio a descobrir que ultrapassara o limite de ocupação e que as criaturas não conseguiam adaptar-se a viver numa área de dois centímetros quadrados para cada indivíduo”. Tal como Humphreys previa, o aquecimento, a iluminação e o sistema de filtragem foram gradualmente introduzidos, embora no início estes fossem muito rudimentares. Muitos dos primeiros tanques tinham o fundo em ardósia e eram aquecidos por baixo através de um pequeno queimador. Com o aparecimento de aquecedores e termóstatos mais sofisticados, os aquários passaram a ser construídos com vidro e uma estrutura metálica.


À medida que o equipamento se desenvolvia e aperfeiçoava, os aquariófilos começaram a procurar variedades diferentes de peixes. As pessoas começaram a cansar-se das espécies indígenas, pouco interessantes as quais eram normalmente mais acessíveis. Um dos peixes raros não locais mencionado nos primeiros livros sobre aquários é o peixe-vermelho: uma publicação norte-americana de 1858 e uma obra inglesa datada de 1890 notam que, embora considerado uma espécie de água fria, o peixe-vermelho ocorre nos climas quentes e sobrevive a uma temperatura de 27 ºC. Isto já praticando a partir do século XVI na China. O interesse pelos aquários reacendeu-se com a introdução dos coloridos peixes tropicais como por exemplo o “peixe-paraíso”, que se divulgou na Alemanha por volta de 1876 e de que há registo na Inglaterra em 1890. Desde então, a aquariofilia não parou de se desenvolver. Surgiram sociedades aquáticas, organizaram-se exposições e concursos. Esses eventos angariavam novos entusiastas e o passatempo foi florescendo, mesmo durante os anos rigorosos da Segunda Guerra Mundial.


Nessa altura, era impossível manter aquários de água salgada, visto que corroía as estruturas metálicas, produzindo toxinas fatais para as espécies marinhas. Para combater esse problema, as estruturas passaram a ser galvanizadas, dotadas de um revestimento especial ou feitas de aço inoxidável. A verdadeira revolução deu-se com o aparecimento da cola de silicone, nos anos sessenta. Permitiu que se construísse, pela primeira vez, aquários todos de vidro, numa variedade de tamanhos e formas. Os tanques podiam agora ser facilmente deslocados, sem correr o perigo de partir a massa que unia as placas de vidro. As estruturas tornaram-se obsoletas, embora muitas vezes se acrescentassem umas de plástico, por motivos decorativos.




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